Arquivo mensal: novembro 2016
Esquerda e Direta são conceitos do passado?
A esquerda continua no processo de derretimento irreversível em diversos establishments onde a democracia e liberdade de expressão são as ferramentas para banir os políticos alinhados com a esquerda. É também essencial não deixarmos a direita autoritária livre para oprimir em outros lugares ou tomarem o espaço vazio deixado pela esquerda populista. Nunca se esquecendo é claro, de continuar a pregar o caixão do marxismo e suas ideologias auxiliares.
O próximo front dessa batalha será na França ano que vem. Aguardemos o desenrolar dos efeitos negativos e positivos da eleição de Donald Trump, pois esse fato será pano de fundo para que a extrema direita angarie mais adeptos e vitórias eleitorais em vários lugares da Europa no futuro.
Depois do desmanche do bloco socialista e da incontestável constatação de que o paraíso do proletariado não passa de lorota, as coisas começaram a mudar em vários lugares do mundo desde a queda do muro de Berlim. A visão de mundo de esquerdistas e direitistas convergiu a ponto de ser hoje muito difícil apontar diferenças significativas. Cada uma das duas correntes de pensamento deu um passo em direção à outra.
Desencantados com experiências fracassadas, os socialistas já não preconizam intervenção do Estado em todos os meandros da sociedade. Por outro lado, assustados com o liberalismo excessivo que levou ao baque econômico de 2008 a direita já reconhecem a necessidade de uma certa dose de regulação por parte do Estado na economia e intervenção direta nos mercados financeiros.
Diante disso, falar em esquerda e direita faz menos sentido a cada dia que passa. Assim mesmo, clichês têm vida longa. Na Europa, jornalistas e analistas ainda fazem questão de colar uma etiqueta na testa de mandatários e de partidos. A força do hábito faz que apliquem automaticamente os mesmos parâmetros a políticos e à política de países longínquos.
No Brasil depois de quatro mandatos com presidentes de esquerda há uma evidente antipatia aos partidos e políticos de viés socialista. Para todos analistas mundo a fora Evo da Bolívia, Maduro da Venezuela, os irmãos Castro de Cuba, Rafael Correa do Equador e outros tantos políticos latinos são classificados como políticos de esquerda e ditadores populistas. Outros como, Michèle Bachelet do Chile, Mauricio Macri da Argentina, Horacio Cartes do Paraguai são taxados como de direita.
Não compartilho dessa percepção. A linha divisória entre campos políticos na América Latina não passa entre esquerda e direita. Dizer que nossos mandachuvas se dividem entre sérios e populistas estaria mais próximo da verdade. Os europeus e norte-americanos têm enorme dificuldade em se dar conta disso.
Os sérios podem ser partidários de maior ou menor intervenção do Estado ‒ não é essa a marca que os distingue dos outros. O mesmo vale para os populistas. A diferença mais marcante entre eles é que os sérios, que se tornaram mercadoria rara, vendem pastel com recheio. Já os populistas ‒ que, no Brasil, ocupam o topo da pirâmide há vários anos ‒ vendem pastel de vento.
Trump fechou o cerco!
Trump make history again
Hillary wins!
Dentre todas as corridas presidenciais americanas, a de 2016 talvez entre para a História como marca da infâmia e da falência do processo eleitoral dos Estados Unidos: os dois piores candidatos lideram as intenções de voto praticamente isolados. Pelo Partido Republicano, está Donald Trump, a cara do corporativismo e do protecionismo que destroem os valores essenciais dos Founding Fathers, enquanto, do outro lado, coloca-se, pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, símbolo da corrupção e do belicismo imperialista. Infelizmente, o candidato Gary Johnson, do Partido Libertário, pontua não mais que 10% das intenções de voto em vários estados – o que, portanto, é insuficiente para vencer o pleito.
Hillary Clinton acabará sendo eleita.
A eleição de Hillary não é mero palpite (tampouco uma esperança do autor). Mas dados não podem ser ignorados: existe uma pesquisa de 2011 sobre a influência da mídia nas eleições americanas que embasa essa afirmação.
Seguindo os pressupostos e a conclusão trazida por uma pesquisa de Chun-Fang Chiang e Brian Knight, Hillary Clinton venceria as eleições americanas porque conta com o apoio de veículos midiáticos com credibilidade e maior neutralidade. E não é porque a CNN, por exemplo, é um polo de clara influência democrata e faz propaganda para Hillary.
A pesquisa de Chiang e Knight foi feita 2011, mas enquadra perfeitamente a realidade atual dos Estados Unidos. Trata-se de uma investigação da relação entre o viés da mídia e a influência da mídia em um contexto de recomendações de voto por parte desses canais midiáticos. O modelo econométrico considera que muitos eleitores confiam em fontes melhores informadas – como jornais – para balizar seu voto. Mas, como jornais e mídias em geral já assumem um viés favorável ou contrário a determinado candidato, os eleitores filtram esses apoios ou rejeições com base na credibilidade do apoiador. E a realidade, por sua vez, demonstra recomendações de voto por parte de veículos midiáticos influencia, sim, a decisão de eleitor, bem como o grau dessa influência depende do nível de credibilidade do emissor da mensagem.
Entretanto, vale notar que o apoio a candidatos democratas por parte de um canal tradicionalmente mais de esquerda não tem tanta influência como o apoio de um canal neutro ou mais tendente à direita. E o mesmo vale para um candidato republicano: maior será a influência sobre a decisão de voto das pessoas se a recomendação vier de um canal neutro ou de esquerda. Ou seja, se a CNN apoiar Hillary, o efeito sobre os eleitores não será tão expressivo quanto um apoio do The Wall Street Journal. Da mesma maneira, se a FOX News apoiar Donald Trump, o efeito não será tão significativo quanto um apoio do The New York Times.
Segundo um levantamento feito pela The Economist, a maioria dos veículos midiáticos apoia Hillary Clinton. Além disso, veículos tradicionalmente mais tendentes aos republicanos recomendaram voto não em Trump, mas em Hillary, como Columbus Dispatch, Arizona Republic and Richmond Times-Dispatch, que haviam apoiado republicanos nas últimas nove eleições. E o próprio quadro editorial da The Economist, extremamente respeitado por sua credibilidade e afinco aos dados da realidade, recomendou voto na democrata. O USA Today, que nunca fez recomendações eleitorais, mesmo não apoiando Clinton, lançou uma campanha “não vote em Trump”.
As recomendações de voto por parte dos jornais tendem a favorecer o partido de oposição. Em 2008, na primeira eleição de Obama à Presidência dos Estados Unidos, o candidato contava com o apoio de 71% da mídia. Já em sua segunda eleição, esse apoio caiu para 56%. Entretanto, esse não é o contexto em uma eleição com Donald Trump: sua rejeição pesou muito mais. A grande mídia está com Hillary Clinton.
Evidentemente que a eleição de Hillary Clinton não é uma certeza. Entretanto, tudo indica que a candidata democrata deverá vencer o pleito e se tornar a próxima Presidente dos Estados Unidos da América. Imprevistos, naturalmente, podem acontecer: todas as intenções de voto em Hillary podem não refletir a ida do eleitor às cabines de votação, enquanto o eleitor de Trump coloca-se como um agente engajado e comprometido com a campanha do republicano. Mas os dados históricos apontam: Hillary vai levar.
Trump é o candidato dos tapados!
Jornal da Klu Klux Klan é pró Trump. E sim a KKK é cristã, eles se autodenominam: “Voice of White Christian America”. Num mundo cheio de extremistas religiosos e demagogos econômicos colocar um sujeito que represente essas duas tendência (além de outras nocivas ao livre mercado e liberdade social) no assento da Casa Branca parece ser modinha bem aceita pela maioria…
Trump defende coisas do tipo: Mesquitas vigiadas, suspeitos torturados. Trump defende que mesquitas em solo americano sejam postas sob vigilância dos serviços de inteligência como parte de esforços para combater a radicalização de muçulmanos. O bilionário também defende que suspeitos de terrorismo sejam torturados para confessar seus supostos planos. E argumenta que o que classifica como “métodos rigorosos” de interrogação são mais brandos, por exemplo, que as execuções levadas a cabo por militantes do grupo extremista autodenominado “Estado Islâmico”. Ao que tudo indica Trump não preza a liberdade de culto e acha que todo e qualquer muçulmano venha ser um terrorista em potencial.
Trump promete, se eleito, construir um muralha na fronteira dos EUA com o México para conter a imigração ilegal no país. Para ele e seus fãs a construção serviria também para combater o crime organizado no país. Se já é questionável sob vários aspectos, a muralha de Trump causou ainda mais furor por conta do argumento de que a conta da obra, girando em torno de US$ 2 bilhões a US$ 13 bilhões, a qual teria que ser paga, pasmem, pelo governo mexicano.
Além de culpar imigrantes ilegais pela criminalidade nos EUA, Trump propõe deportar 11 milhões deles – uma iniciativa criticada por ser considerada xenofóbica e de custos proibitivos, estimados em mais de US$ 100 bilhões. Além disso, o candidato republicano quer revogar a lei que dá cidadania americana automática a filhos de imigrantes ilegais nascidos em solo americano. Para Trump se você não é “white american citzen” você só pode ser um “la cucaracha” com tendências para criminalidade.
Trump no setor econômico e comercial ainda promete impor precondições à China para que continue fazendo negócios com os EUA. Se eleito, ele diz que fará Pequim abandonar a política de desvalorização do yuan e que forçará o país a adotar melhores condições de trabalho e melhores políticas ambientais. Mas ao mesmo tempo em que defende “água e ar limpos” como pontos importantes para os outros, o candidato considera “fraudes” as pesquisas sobre mudanças climáticas. Trump é contrário a restrições ambientais a atividades econômicas, sob o argumento de que isso torna as empresas americanas menos competitivas no cenário global.
Trump quer reduzir impostos e isentar de tributação americanos que ganhem menos de US$ 25 mil por ano. Ele também defende que a alíquota de imposto para grandes empresas seja de 15% e oferece para multinacionais a chance de repatriar seu dinheiro para os EUA a uma taxa de apenas 10%. No entanto, analistas financeiros alegam que alguns pontos de sua política fiscal farão com que ricos paguem menos impostos.
Daí virão os bolsominions e dirão que esse argumento não cola. Mas sabe o que não cola, é o argumento que não cola, geralmente quem defende o Trump cegamente, também defende o Bolsonaro cegamente achando que ele é um genérico do Trump made in Brazil ou vice versa. Essa concepção tacanha e idolatria a personagens políticos sempre terminou em regimes ditatoriais ou totalitaristas ou no mínimo em excrescências que ofendem a dignidade das pessoas de várias formas através dos governos quando eleitos.
Repatriação é “money for nothing”
Sonegar é preciso, evadir capital do lucro também é! Já para o governo é preciso meter a mão nessa grana de qualquer forma para não investir em nada no final das contas!
O governo federal sempre tentar criar medidas fiscais, como agora, ao sistematizar regras para favorecer a repatriação de valores lícitos mantidos por brasileiros no exterior, mas não declarados previamente ao fisco nacional. Torcer o nariz para essas regras é a reação habitual de quem tem grana “escondida” no exterior.
O argumento básico de quem envia capital ao exterior se funda na injustiça fiscal praticada pelo governo. A elevada carga de tributos que oneram investimentos, empreendimentos e renda de quem tem capacidade contributiva superior a média nacional no dia a dia também destrói a renda das camadas mais pobres da sociedade. Nesse quesito a incidência fiscal sobre consumo é a grande vilã da história.
Estamos cansados de saber que as regras tributárias do Brasil são uma arapuca para o contribuinte. As leis tributárias brasileiras são exacerbadamente injustas com os contribuintes. Os “pay-taxes” recolhem regularmente tributos sobre bens, rendimentos, consumo e operações financeiras das mais variadas formas.
Argumentar que o dinheiro enviado e mantido no estrangeiro, nas praças bancárias chamadas de paraísos fiscais, normalmente soa como algo ilícito e imoral aos leigos. Na verdade, a não comunicação ao fisco brasileiro desses valores realmente gera uma situação de ilegalidade tributária continuada por parte do contribuinte brasileiro emissário de somas voluptuosas ao sistema financeiro estrangeiro. Por outro lado, sempre é cabível que sejam estipuladas e balizadas entendimentos jurídicos e econômicos mais realistas sobre os motivos pelos quais o contribuinte se interessa mais em manter recursos fora do alcance do fisco brasileiro enviando capital para lugares tais como: Mônaco, Ilhas Cayman, Suíça, Líbano, Liechtenstein. Muitos e variados são os atrativos para remeter valores para esses países, nos quais os sistemas financeiros capitalizam os recursos mantidos lá em fundos lucrativos, de origem ilícita, seguros e longe da instabilidade política macroeconômica , da tributação excessiva e caprichos das metas econômicas do governo brasileiro.
A falácia da imoralidade dos detentores desses valores no estrangeiro deve ser combatida. Tendo em vista a senha fiscal do próprio Estado arrecadador, ineficiente no uso de verbas financeiras oriundas de tributação mesquinha e onerosa em face ao contribuinte, o qual é menosprezado juridicamente pelas leis tributárias nacionais. Há décadas a total insegurança sobre metas fiscais e políticas de renúncias fiscais, pontuadas apenas para os capitalistas cartoriais de primeiro escalação, demolem as pilastras da economia nacional e cedem aos enredos de ideologias onde, tributar em excesso faz parte do plano orçamentário da Fazenda Nacional. Todo esse leque de dissabores econômicos levam o contribuinte para o método da evasão fiscal continuada, mediante transferência dos ganhos tributáveis para algum paraíso fiscal.
Perante esse escopo, o maior interessado na repatriação de recursos do exterior é, sem menor dúvida, o próprio governo brasileiro que com isso aumenta suas reservas em moeda estrangeira e ainda capitaliza cobrando multas em cima da repatriação forçada. Como diria Dire Straits: Money for nothing…
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Menos Ana Júlia menos…
No day after da maior derrota já sofrida pelo PT nas urnas, o que fizeram os petistas? Reconheceram a derrota? Fizeram um mea culpa? Foram humildes e enxergaram os seus erros? Não, de forma alguma. Os parlamentares petistas apareceram neste começo de semana com o mesmo discurso virulento contra a PEC 241 (agora PEC 55, no Senado), e defendendo com unhas e dentes a ocupação de escolas. Nesta questão da ocupação, ao tentarem elevar a estudante Ana Júlia à posição de símbolo nacional, mostram que não estão preocupados com a qualidade do ensino, mas apenas com a luta política. Derrotados nas urnas, o PT está tentando cooptar o manifestante do futuro. Ignorados pelo povão e rejeitados pela classe média, os petistas tentam se reinventar buscando apoio em jovens que ainda nem entraram para a vida política. Com certeza, acreditam estar formando uma nova base para lhe dar sustentação nas ruas. Sem mortadela para oferecer, o PT tenta conquistar novos adeptos com mentiras e manipulações. Não será assim que conseguirão fugir do abismo.
A questão da fama repentina da estudante secundarista Ana Júlia Ribeiro, que fez sucesso ao defender a ocupação das escolas. A crítica que fizeram sobre essa militante mirim da esquerda, que ofendeu a esquerda nas redes sociais, foi a de que a estudante disse reiteradamente ser apartidária, o que, depois, se mostrou uma afirmação mentirosa. Além de ser filha de um advogado e militante petista, Ana Júlia havia sido orientada pelo deputado estadual Tadeu Veneri, do PT. Ontem, a estudante (que, na verdade, compõe um movimento que não quer deixar ninguém estudar) esteve em Brasília, onde participou de um evento organizado pela senadora Gleisi Hoffmann, e no qual pontuaram senadores petistas e lideranças de movimentos sociais de esquerda. No seu discurso, a estudante filha de papai petista disse que “nós vamos desenvolver métodos de desobediência civil, vamos levar a luta estudantil para a frente”. Além do discurso totalmente partidário, ainda é incendiário, muito parecido com o que é feito por UNE, MST, CUT e outros da mesma estirpe. Ana Júlia tem toda a liberdade para se tornar uma militante petista, mas já começa muito mal sua carreira mentindo ao dizer que não tem partido.
Escolas invadidas por massa de manobra juvenil do PT no PR é amostra grátis do que esse estado se tornou nos últimos anos: Um buraco negro!