Arquivos do Blog
Trump fechou o cerco!
Trump make history again
Hillary wins!
Dentre todas as corridas presidenciais americanas, a de 2016 talvez entre para a História como marca da infâmia e da falência do processo eleitoral dos Estados Unidos: os dois piores candidatos lideram as intenções de voto praticamente isolados. Pelo Partido Republicano, está Donald Trump, a cara do corporativismo e do protecionismo que destroem os valores essenciais dos Founding Fathers, enquanto, do outro lado, coloca-se, pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, símbolo da corrupção e do belicismo imperialista. Infelizmente, o candidato Gary Johnson, do Partido Libertário, pontua não mais que 10% das intenções de voto em vários estados – o que, portanto, é insuficiente para vencer o pleito.
Hillary Clinton acabará sendo eleita.
A eleição de Hillary não é mero palpite (tampouco uma esperança do autor). Mas dados não podem ser ignorados: existe uma pesquisa de 2011 sobre a influência da mídia nas eleições americanas que embasa essa afirmação.
Seguindo os pressupostos e a conclusão trazida por uma pesquisa de Chun-Fang Chiang e Brian Knight, Hillary Clinton venceria as eleições americanas porque conta com o apoio de veículos midiáticos com credibilidade e maior neutralidade. E não é porque a CNN, por exemplo, é um polo de clara influência democrata e faz propaganda para Hillary.
A pesquisa de Chiang e Knight foi feita 2011, mas enquadra perfeitamente a realidade atual dos Estados Unidos. Trata-se de uma investigação da relação entre o viés da mídia e a influência da mídia em um contexto de recomendações de voto por parte desses canais midiáticos. O modelo econométrico considera que muitos eleitores confiam em fontes melhores informadas – como jornais – para balizar seu voto. Mas, como jornais e mídias em geral já assumem um viés favorável ou contrário a determinado candidato, os eleitores filtram esses apoios ou rejeições com base na credibilidade do apoiador. E a realidade, por sua vez, demonstra recomendações de voto por parte de veículos midiáticos influencia, sim, a decisão de eleitor, bem como o grau dessa influência depende do nível de credibilidade do emissor da mensagem.
Entretanto, vale notar que o apoio a candidatos democratas por parte de um canal tradicionalmente mais de esquerda não tem tanta influência como o apoio de um canal neutro ou mais tendente à direita. E o mesmo vale para um candidato republicano: maior será a influência sobre a decisão de voto das pessoas se a recomendação vier de um canal neutro ou de esquerda. Ou seja, se a CNN apoiar Hillary, o efeito sobre os eleitores não será tão expressivo quanto um apoio do The Wall Street Journal. Da mesma maneira, se a FOX News apoiar Donald Trump, o efeito não será tão significativo quanto um apoio do The New York Times.
Segundo um levantamento feito pela The Economist, a maioria dos veículos midiáticos apoia Hillary Clinton. Além disso, veículos tradicionalmente mais tendentes aos republicanos recomendaram voto não em Trump, mas em Hillary, como Columbus Dispatch, Arizona Republic and Richmond Times-Dispatch, que haviam apoiado republicanos nas últimas nove eleições. E o próprio quadro editorial da The Economist, extremamente respeitado por sua credibilidade e afinco aos dados da realidade, recomendou voto na democrata. O USA Today, que nunca fez recomendações eleitorais, mesmo não apoiando Clinton, lançou uma campanha “não vote em Trump”.
As recomendações de voto por parte dos jornais tendem a favorecer o partido de oposição. Em 2008, na primeira eleição de Obama à Presidência dos Estados Unidos, o candidato contava com o apoio de 71% da mídia. Já em sua segunda eleição, esse apoio caiu para 56%. Entretanto, esse não é o contexto em uma eleição com Donald Trump: sua rejeição pesou muito mais. A grande mídia está com Hillary Clinton.
Evidentemente que a eleição de Hillary Clinton não é uma certeza. Entretanto, tudo indica que a candidata democrata deverá vencer o pleito e se tornar a próxima Presidente dos Estados Unidos da América. Imprevistos, naturalmente, podem acontecer: todas as intenções de voto em Hillary podem não refletir a ida do eleitor às cabines de votação, enquanto o eleitor de Trump coloca-se como um agente engajado e comprometido com a campanha do republicano. Mas os dados históricos apontam: Hillary vai levar.
Trump mente como Dilma e não entende nada de economia igual a ela!
De acordo economistas liberais proteger empresas nacionais contra a concorrência estrangeira geralmente é uma má ideia.
No Brasil, boa parte dos economistas são formados em universidades públicas, isto significa que quase todos são fãs dos partidos da esquerda brasileira, ou pensam igual aos chefes de organizações de donos de indústrias, como a FIESP, ou remontam suas teses ao pensamento os antigos comandantes da Ditadura Militar com Delfim Neto et caterva, excetuando-se Roberto Campos.
Tomando isso como pano de fundo, não é à toa, que a economia brasileira é uma das mais fechadas do mundo e ainda resistente a alterações políticas que possibilitem maior dinamismo econômico e social. Em diversos setores importantes – como aviação e comunicações -, as empresas estrangeiras são terminantemente proibidas de atuar no Brasil, sob o argumento de se tratarem de “setores estratégicos”. Assim, acabam dominados por empresas nacionais, que geralmente combinam muitas reclamações de clientes com uma grande fatia do mercado, garantida pela falta de concorrência do capitalismo cartorial agenciado pelo Estado.
Outro exemplo assustador são impostos de importação. Os impostos que recaem nesse setor são mais altos e duradouros que os da União Soviética durante todo regime socialista que lá imperou por setenta anos. Basta recordar que durante o primeiro governo Dilma, diversas medidas aprofundaram o protecionismo, como a exigência feita à Petrobras, que passou a incluir uma cota para produtos nacionais em suas compras para isso ficar evidenciado. Em 2015, os resultados dessa medida aparecem com frequencia em artigos sobre a crise na Petrobras e nas páginas policiais.
Isto denota que a política de “proteção” se estendeu muito além da Petrobras: entre 2008 e 2012, o Brasil foi o sexto país do mundo que mais editou medidas anti-comércio, de acordo com levantamento da OMC. Não se trata de uma exceção na história do Brasil. Outros presidentes, em especial do período do governo militar, fizeram o mesmo no passado. O acúmulo dessas medidas ao longo do tempo levou o Brasil a ter, hoje, uma das economias mais fechadas do mundo.
Nos Estados Unidos, a situação é bastante diferente, mas o polêmico candidato Donald Trump promete mudar isso – e repetir o que Dilma fez por aqui. Trump promete, caso eleito, trabalhar para que as empresas americanas parem de criar postos de trabalho em países como China e México, e voltem a produzir no país, oferecendo emprego aos locais e combatendo a terceirização. Ao comentar a implantação de uma fábrica da Ford no México, Trump foi direto e, citando nominalmente o presidente da empresa, disse: “Vou dar algumas más notícias a você (Mark Fields, CEO da Ford): Cada carro, caminhão e peça produzida nessa fábrica pagará um imposto de 35% quando atravessar a fronteira para os Estados Unidos”. E então, explicou a seus eleitores que faria isso porque “eles vão tirar milhares de empregos do país”, embora juristas afirmem que a proposta é ilegal e economistas afirmem que não é isso que vai trazer os empregos de volta aos EUA.
Trump é indesculpavelmente hipócrita ou simplesmente ignorante em economia. Não há diferença econômica, por exemplo, entre uma empresa automobilística americana que investe em fábricas no exterior e os investimentos do próprio Trump em hotéis no exterior. Nos dois casos, são empresas sediadas nos Estados Unidos buscando oportunidades econômicas lucrativas em outros países. A empresa de Donald Trump pretende inaugurar um complexo com 5 “Trump Towers” no Rio de Janeiro, cada uma com 38 andares na região do Porto Maravilha, um projeto da prefeitura que recebeu 4 bilhões de dólares em dinheiro público até as Olímpiadas. Sobre isso ele não falou nada!